Em 1882, a casa Biel, sediada no Porto, inicia o levantamento fotográfico das linhas ferroviárias do Douro, Minho e Beira. Era o início do registo fotográfico de um país então quase desconhecido. Era a fixação de aspectos de um território, possível, justamente, pelo uso da fotografia e pela mobilidade conferida pelo comboio, que, a partir de então tornaria muito mais rápido o acesso a paisagens reconditas de um Portugal profundamente rural e arcaico. As fotografias de Emilio Biel, da Linha do Douro, viriam a determinar o olhar e a fixar a memória da via férrea, das estações, das pontes e dos túneis, mas também de uma paisagem de xisto e granito, única no contexto do espaço português. O trabalho ‘Caminho de Gigantes’, foi desenvolvido a partir de uma proposta do Centro Português de Fotografia, de procurar hoje, como se encontram esses territórios e a paisagem ferroviária duriense, volvidos mais de cem anos sobre as fotografias, sobre as viagens de Emílio Biel.