Portugal foi, agora, percorrido em cerca de duas semanas. Foram perto de seis mil quilómetros: uma viagem relâmpago em relação a outros trabalhos de muito maior demora, por envolverem muitos mais lugares. Foi um olhar em frações de segundo, como uma fotografia, como o desejo de fixação, num tempo muito breve, de uma realidade que se torna cada vez mais complexa e desconcertante. Com este facto quis-se marcar a diferença fundamental em relação ao trabalho de Orlando Ribeiro, que se desenvolveu ao longo de mais de quatro décadas. O tempo de uma vida de trabalho, por oposição ao imediatismo da contemporaneidade. Uma afirmação de que tudo é agora diferente. É diferente o tempo, a relação existencial que estabelecemos com a passagem do tempo. É diferente, muito diferente, o modo como habitamos os lugares, a sua diversidade crescente, e a velocidade com que nos deslocamos entre dois pontos mais ou menos afastados. (p.15)
Mapa de trabalho com indicação de locais e códigos de fotografias de Orlando Ribeiro.