19920-1971 Rua António Sérgio. Sé. Guarda
Guarda. Início da década de 1970. Os novos bairros da cidade trazem consigo um outro conceito de habitar. A construção em altura, a densidade mais elevada de ocupação do solo vão tornar mais complexas as relações sociais em cidades como a Guarda, que até então cresciam a um ritmo lento. Esta nova relação com o espaço vai também obrigar a um completo redesenho de toda a rede viária, tanto a nível urbano como a nível regional e mesmo nacional. Uma nova realidade despontava para consequências que ainda hoje são difíceis de definir. Talvez a primeira consequência estrutural deste movimento tenha sido a mudança de regime político, com o 25 de abril de 1974. Estamos longe de atingir um ponto de equilíbrio e de estabilidade que, em certa medida, existia numa ruralidade pobre e conformada. (pp.254-255)
«A cidade, com o prestígio das suas construções, o seu poder de atracção e de irradiação, o fluxo de circulação que lhe percorre as ruas, poluindo o ar que todos respiram e comprometendo o sossego que ninguém pode dispensar é, sem duvida, uma vitória da técnica mas é também uma derrota do espírito. O uso irreflectido de todos os recursos da civilização mecânica dos nossos dias criou para grande parte da humanidade um modo de vida em que a vida periga, se corrompe, se degrada e a si mesma se destrói.» (Orlando Ribeiro. A cidade e o homem, 1966.
Opúsculos Geográficos. V. Temas Urbanos, 1994)
