A vila de Ribeira de Pena está implantada numa pequena elevação, na bacia do rio Tâmega e não longe da sua margem esquerda. O panorama envolvente é formado pelas montanhas do Alvão, a sul, e do Barroso, a norte. Os traços de povoamento mostram uma arquitetura que partilha características, quer de Trás-os-Montes, quer do Minho. (pp.214-215)
«Segundo Lautensach Trás-os-Montes é a região que fica além das montanhas que a separam do Minho: Marão, Alvão, Barroso, o mais extenso, unido e elevado planalto existente em Portugal. O contraste mais vigoroso está entre o cume do Gerês, a 1415 m, e a funda depressão dos afluentes do Douro, a 50 m na Régua. As cristas monoclinais silúricas de quartzito do Marão desenham cornijas muito abruptas voltadas para oeste, de cerca de 450 m de espessura, e dominam xistos argilosos muito brandos; embora com vicissitudes cíclicas, é a erosão diferencial que imprime na paisagem o mais vigoroso contraste. O cimo do Marão é estreito em demasia para se terem desenvolvido formas glaciárias mas, observando-o do sul, vêem-se pequenos nichos de nivação: o mesmo olhar abrange formas próprias de alta montanha, quebras de declive e esboços de rechãs e a furiosa "paisagem de erosão recente" do Douro e dos seus afluentes.» (Orlando Ribeiro. Apontamentos sobre Trás-os-Montes, 1970. Opúsculos Geográficos. VI. Estudos Regionais, 1995)