15832-1983 Foz do Arelho. Vau. Óbidos. Leiria
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É na Foz do Arelho que a lagoa de Óbidos encontra o mar. Trata-se da maior lagoa natural existente em Portugal e já teve uma dimensão bastante mais ampla, pois tem vindo a assorear progressivamente o seu leito. É frequente, pela ação do mar, o fecho da lagoa pelo areal que constitui a praia da Foz do Arelho. Nessa altura há a necessidade de a reabrir, por mão humana, para sanear a lagoa, evitando que a água estagne, levando à degradação dos campos agrícolas, que desde um tempo muito recuado são lavrados pelos habitantes das suas margens. (pp.296-297)
«Uma nação não é apenas um produto da História. Um grupo de homens, unidos pela tradição comum, estabelecida, mantida e reforçada durante um longo passado de convivência, pela igualdade do falar, pela expressão dominante que entre eles tomam ideias e afectos, vive, ligado embora por estes laços morais, sobre um pedaço de solo. A configuração e a natureza do território, o ritmo consabido do clima, a vegetação que reveste as planuras e as serras, as culturas que, no decurso do ano, fazem mudar, segundo uma rotina consagrada, a fisionomia dos lugares, o modo como a população se junta ou se dispersa, se adensa ou rarefaz, as maneiras de viver, a animação dos caminhos e dos sítios de convívio constituem, para um país, larga parte da sua expressão nacional. A terra de um povo já não é um simples dado da natureza, mas uma porção de espaço afeiçoado pelas gerações, onde se imprimiram, no decurso do tempo, os cunhos das mais variadas influências. Uma combinação, original e fecunda, de dois elementos: território e civilizações.» (Orlando Ribeiro. Portugal, 1955. Geografia de Portugal. I. A Posição Geográfica e o Território, 1987)