Ao contrário de outros projectos, que partiram de obras literárias, como Coisas de Silêncio, O leitor escreve para que seja possível, ou Teixeira de Pascoaes, Alento, parte da música do grupo Danças Ocultas. O trabalho foi desenvolvido a partir de dois momentos claramente distintos. Num primeiro momento foram feitas uma série de fotografias de paisagem serrana em dias de temporal, onde a presença do vento, marcada pela inclinação e desarranjo de árvores e arbustos, era de alguma forma evidente. Era justamente da ideia de vento, de deslocamento de ar, que partia a ideia base deste projecto. Num segundo momento procurou-se fotografar os músicos no ambiente em que habitualmente ensaiam, onde, pela presença de uma série de elementos e da própria estrutura arquitectónica do espaço, nos é mostrado um universo de sentido que se relaciona com o carácter da sonoridade das quatro concertinas dos Danças Ocultas. Por fim, a relação das fotografias com o texto de Jorge P. Pires, foi trabalhada por forma a que cada conjunto de duas páginas, um texto e uma fotografia, definisse um díptico.