5627-1955 Torre de Moncorvo. Bragança
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Um dos principais acessos a Torre de Moncorvo foi, no passado, a via ferroviária, a Linha do Sabor, que partia do Pocinho e aqui encontrava a sua primeira estação, ao fim de uma subida contínua de 12 quilómetros, para vencer um desnível de 280 metros. Era a maior rampa de todo o sistema ferroviário português. A chegada a Moncorvo era feita por este local de onde Orlando Ribeiro fez a fotografia. Depois a linha ferroviária continuava a subir até Felgar, para depois encontrar uma região planáltica. Um dos principais motivos que originaram a construção desta linha ferroviária foram as minas que existem na região, particularmente aquelas que se situam na serra do Reboredo, entre Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta. (pp.144-145)
«Quando se evoca a fisionomia de Trás-os-Montes, com culturas de subsistência e grandes aldeias coesas, raramente de grandes dimensões, vilas distantes, algumas enobrecidas por grandes igrejas e solares, ela contrasta fortemente com o Douro, embora contíguo e até há pouco sua principal via de acesso. Mas o rio constitui menos um efeito de barreira que uma cómoda linha de demarcação, com as margens simétricas e poderosamente unidas por inúmeros passos do rio, homogéneas na aparência física, no povoamento que combina lugares, mais do que aglomerados, constrangidos, com a grande disseminação das quintas vinhateiras, e na mesma economia dominante de um produto de qualidade, raro e caro, sujeito muito mais às oscilações da conjuntura internacional do que às do seu insuficiente mercado interno num país de baixo nível de consumo.» (Orlando Ribeiro. Apontamentos sobre Trás-os-Montes, 1970. Opúsculos Geográficos. VI. Estudos Regionais, 1995)