Num modo de povoamento de diferenças progressivamente mais acentuadas em relação ao litoral algarvio, o Barrocal e a serra do Caldeirão poderão lançar algumas questões à nossa reflexão, à nossa relação com o espaço, com o modo de construirmos os lugares que habitamos. Esta paisagem poderá deixar ao viajante uma estranha sensação de vida, de paisagem mutante, de um planeta que constantemente se transforma e nos surpreende, por um sentido de evolução, de tempo, que é independente de uma presença humana. Estes territórios em espera, poderão deixar-nos várias questões, entre elas o nosso próprio sentido como humanos, como seres de uma enorme capacidade de transformação da paisagem, de urbanização do território, mas este, como que possuído de um desígnio próprio de permanente sobrevida, deixa-nos a surpresa sempre renovada da imensidão da nossa pequena e frágil dimensão.