Foi um projecto devenvolvido por encomenda do Centro Português de Fotografia, comissariado por Tereza Siza, com o objectivo de seguir, hoje, os passos dados pelo escritor Ferreira de Castro quando trabalhou no seringal amazónico, no início do século XX, e que daria origem a A Selva, uma das obras de referência da Literatura Portuguesa. Este trabalho, além do registo dos locais de Ferreira de Castro, nos dias de hoje, pretendeu também “relatar”, uma série de dicotomias que tornam esta uma das regiões mais grandiosas, míticas e desconhecidas do planeta Terra. O rio Amazonas constitui um complexo sistema hidrológico e é um impressionante mundo de vida. Nas suas águas vivem mais espécies de peixes que no Oceano Atlântico e, na floresta, são numerosas as espécies de insectos que não estão classificadas, que não são conhecidas. A navegação no rio é quase o planar sobre um imenso espaço horizontal onde as referências visuais são, por vezes, uma linha de margem muito longínqua . No rio há sempre uma brisa que corre e uma luminosidade grande. Na floresta o horizonte visual era fechado, caótico de medo, numa complexa teia vegetal, vertical, em demanda de uma luz quase inexistente.